segunda-feira, junho 19, 2006

Os olhos voltam a abrir-se...

Esperado sopro que me inflama…

Sinto o calor carmim que liberto
Prendendo mais carbónicas partículas de mim.

A cinza que me envolve desaparece.
Acre e áspera,
Acaricia minha pele de fogo e de nada.

Luz ao meu contemplamento.
Reconheço este meu lugar:
A profetizada taça que construí,
Onde me amei e consumi.

Respiro fundo.
Ainda sinto o aroma de mirra queimada no ar.
Ainda se ouve a mística melodia fúnebre a entoar.
Ecoa em todas as minhas cavidades
E lentamente abandona meus ouvidos.

Estico o corpo ao infinito. Toco-lhe.
Mais um milénio acabado de vislumbrar.
Bato as asas e parto,
Já não tenho nada que me prenda aqui.
Sou a Ave do Fogo e da Vida,
Sou Fénix, e renasci.