segunda-feira, julho 30, 2007

Canela

Não serei eu por agora. Transbordarei e deixar-me-ei levar pela brisa quente da noite.

Vaguearei pelas ruas de Lisboa até te encontrar. Passarei por casais errantes, velhos decrépitos deitados em bancos gastos e mulheres expectantes em becos lascivos. Mas não lhes prestarei atenção.
Quero chegar a ti.

E, após uma longa busca, quando te vislumbrar, deitado por entre a frescura de leves lençóis e de frestas em prováveis janelas, tocar-te-ei.
Aproximarei os meus lábios à tua face e depois a teus lábios e não me sentirei culpado.


Não serei eu.


Só tenho pena que não tenhas sonhos dourados.


2 Sensações:

Blogger Taiyo85 sentiu...

Está muito bom o texto... a sério...
Acho que vou caminhar também...

31 julho, 2007 04:01  
Blogger devlin sentiu...

A intimidade é uma arte difícil, mais difícil ainda é conviver sem nunca sentir a arte

03 agosto, 2007 01:58  

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